Tenho
pensado muito sobre os reais valores da vida e no quanto de verdade existe em
nossos dias e em nossa forma de viver. O fato é que em tempos de felicidade
estampada nas vitrines e de selfies espalhadas pelas redes sociais, a impressão
que temos é de uma sociedade feliz e alegre, positiva, apaixonada e
apaixonante. Somos todos bem resolvidos, bem amados, bem aceitos. As amizades
são verdadeiras, os filhos são perfeitos, a comida é maravilhosa, vinte e
quatro horas por dia – pelo menos nos perfis virtuais.
Eu
entendo que as redes sociais não devem servir de lamentações e queixas, nem a
indiretas desagradáveis, afinal, lá estamos para nos divertir e higienizar
nossa mente, fugindo um pouco à estafa de nosso cotidiano apressado e
atribulado. Ainda assim, percebo que muitos confundem a rede virtual com um
diário íntimo, postando aquilo que deveria ser resolvido junto a um terapeuta,
aquilo que não interessa a ninguém.
Por
outro lado, há quem exagera na felicidade estampada nas fotos e nos posts,
expondo-se em demasia, como se a própria vida fosse um filme do interesse de
todos. Aí você me pergunta: - Afinal a rede social não serve para
compartilharmos a vida? A minha resposta é sim e não. Sim no sentido de
diminuirmos distâncias, nos aproximarmos de pessoas que de outra forma ficaria
difícil manter o contato, quer seja por uma distância física ou devido algum
impedimento maior. Não no sentido de estabelecermos tantas relações virtuais
que perdemos a oportunidade de olhar nos olhos de quem está ao nosso lado, ao
nosso alcance.
Infelizmente,
com muita facilidade temos substituído um bom papo com amigos verdadeiros por
horas de conversa fiada com pessoas que nem sabe quem somos de verdade.
Felicidade que é só virtual não é felicidade, é engano. Amizade que é só
virtual não é amizade, é no máximo, coleguismo! Vida que é vivida somente em
rede social é mentira!
Jesus
já sabia disso. Ele sabia do perigo existente por trás da aparência, por isso,
rejeitava a oferta dada com grande alarde e orgulho, mas aceitava as moedas da viúva
que oferecia tudo o que tinha. Jesus sabia também que a nossa oração, por
exemplo, ganha muito mais sentido quando derramada em nosso quarto, com porta
fechada, distante dos olhares humanos, mas recebendo toda a atenção d’Aquele
que realmente importa... Deus! Tesouros não ficam expostos para qualquer um!
Diante
disso, sabe qual o meu conselho para você? Permita-se viver para além do que a
aparência é capaz de transmitir, vá mais fundo! Sorria, mesmo quando ninguém
estiver olhando. Beijo seu filho sem precisar tirar uma foto com filtro bonito.
Repita ao seu cônjuge todos os dias o quanto ele é especial e te faz feliz.
Saia com os amigos. Abrace mais, os abraços são bálsamos de cura. Ande no parque,
de bicicleta, a pé. Gargalhe. Dance. Cante. Chore. Sonhe. Planeje. Viaje. Viva!!
A
grande verdade, meu amigo, é que a melhor maneira de ser feliz, no final das
contas, é compartilhando o que sentimos com as pessoas que nos amam com
sinceridade, com aqueles que sempre estarão de mãos dadas conosco, faça chuva
ou faça sol. Porque ninguém precisa saber o quanto somos felizes, além daqueles
a quem devemos ser gratos por nos oferecer um amor verdadeiro, que sempre nos
curará e nos provocará sorrisos espontâneos. Porque a felicidade não se
alimenta de plateia, mas de amor que vai e volta cada vez mais forte, cada vez
mais amor.