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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ah, a bigorna...




Olá amigos do blog. Que saudade eu estava desse cantinho!!

Tanta coisa aconteceu desde a última postagem. Tanta coisa mudou e tantas outras estão em processo de transformação em mim.

Gostaria de iniciar esse novo ciclo do blog papeando sobre algo que tem “martelado” no meu interior... CURA PARA AS EMOÇÕES!!

Nunca antes eu me deparei com tanta gente ferida, desacreditada, roubada em seus sonhos e projetos. Pessoas que outrora foram tão bem sucedidas no que faziam e que hoje já não conseguem entender o seu valor. 

As grandes metrópoles como São Paulo escondem solidões devastadoras. Sim, porque pior do que estar só é estar cercado de pessoas e ainda assim sentir um vazio na alma que nada e ninguém pode preencher e satisfazer.

Jó 24:12 declara: “ Dentro das cidades gemem os moribundos e a alma dos feridos clama...”. O fato é que por detrás e sob a barulhenta onda de atividades humanas, existem dores invisíveis!! Mas sabe de uma coisa, Deus conhece cada um delas. Ele sabe de perto as dores, desilusões e desafetos que carregamos. Ele conhece e entende nossas fragilidades e justamente por isso quer nos ver livres! Livres de um passado algoz, livres de lembranças que atormentam, livres de mágoas que nos paralisam... LIVRES!

E foi refletindo sobre essas coisas que passei a observar mais atentamente a profissão e função de um ferreiro. A era tecnológica nos distanciou de certo modo de profissões como essa, mas você já parou para pensar de como é lindo e difícil transformar o ferro em algo maleável? Dar a ele a forma que o ferreiro quer é uma tarefa árdua, no mínimo.

Na loja de um ferreiro existem diversos tipos de ferramentas. Existem aquelas que já estão ultrapassadas, quebradas, sem corte e até enferrujadas. O destino para essas ferramentas é um canto solitário e sombrio, onde são encostadas pelo seu mestre, pois já perderam sua utilidade. Ainda assim, está nas mãos do ferreiro a possibilidade de “mudança e transformação” de cada uma delas. O ferreiro sabe a forma e utilidade que deseja para cada peça, e ele sabe como transformá-las.

Veja o que o profeta Isaías declarou: “Veja, fui eu quem criou o ferreiro, que sopra as brasas até darem chama e forja uma arma própria para o seu fim”.

E como o ferreiro forja o ferro para cumprir o seu propósito?

Você já ouviu falar em bigorna? Não?! Tudo bem, eu explico...

A bigorna é um instrumento bastante antigo, utilizado para moldar e fabricar ferramentas, facas, grades e inúmeros objetos, aquecendo o ferro forjado até atingir o nível de calor denominado rubro, no qual o metal fica bastante elástico e pode ser trabalhado com pancadas fortes e constantes de diversos tipos de martelo. Nos tempos antigos tinha uma importância enorme para a guerra e conquista de territórios, pois, era ali, na bigorna, martelada a martelada, que eram forjadas e moldadas as melhores ferramentas e armaduras para os combates.

Diferentemente da pilha de ferramentas velhas e inutilizadas, na bigorna estão as ferramentas derretidas, moldáveis, mutáveis. É na bigorna que o que outrora era sem corte se torna afiado, o que era inútil descobre sua real função, o que estava destinado ao lixo recebe uma nova chance...

E não é assim que Deus faz conosco?

Na bigorna de Deus tudo é provado, tudo é exposto, tudo é aniquilado pelo fogo!

Dói? Oh, muito mesmo.
Estamos ali, derretidos, desnudos, sem forma. Somos cuidadosamente guiados pelas mãos do mestre Jesus para sermos refeitos. O fogo aperta, tudo desmorona e o martelo bate...Pá! Pá! Pá! A cada batida o ferro se transforma por fora, mas as mudanças maiores acontecem por dentro... Tudo começa a ser remodelado, novos propósitos começam a surgir e o ferro simplesmente se “rende” às mãos e propósitos do seu senhor.
É duro, eu sei!! É desagradável e degradante ver que o primeiro fogo se apagou, algumas fumaças hora ou outra aparecem, mas como acusação, nos mostrando o que já não somos mais. Tudo decai. As perguntas aumentam e nos vemos em um vale nublado de perguntas, envoltos em uma nuvem de desencorajamento. O desejo se distancia. As responsabilidades são deprimidas.

Paixão? Escorrega-se porta afora. A alma parece quere ficar só, adormecida, quieta.

As provações estão logo ali, você não vê?

Talvez foi a morte de um relacionamento em que eu apostava todas as minhas “fichas”, ou ainda, a morte de alguém a quem eu muito amava. O fato é que a luz do quarto interior foi apagada e tudo virou treva. “Todas as zelosas palavras de ajuda e esperança foram gentilmente ditas. Mas ainda estou machucado, pensativo...”

Na bigorna.

Levado a ficar face a face com Deus, fora da total compreensão de que não temos nenhum outro lugar para ir. Jesus no Jardim. Pedro com um rosto coberto por lágrimas. Davi atrás de Bate-Seba. Elias e a voz pequena e calma. Paulo, cego em Damasco.

Bate, bate, bate.
A bigorna de Deus continua em ação, não para. As batidas insistem em nos transformar em “instrumento de valor e honra”.

Sabe querido, eu não sei em qual cantinho você está hoje. Talvez, estejas na pilha de ferramentas encostadas, esquecidas. Talvez esteja na bigorna sendo remodelado e desfeito. O fato, é que as provações veem e elas não podem ser desprezadas. Provações nos ajudam a sermos experimentados. Tempos de provações nos fazem lembrar quem somos e também quem Deus é. Eu e você não deveríamos tentar escapar deles...

Um instrumento é útil somente se ele estiver na forma certa. Um machado sem corte ou uma chave de fenda torta precisa de atenção, e nós também. Um bom ferreiro mantém as suas ferramentas em boa forma. E Deus faz o mesmo.

Como está a sua vida? Você tem sido uma ferramenta afiada e cumprido o teu propósito?

Não?! Não se desespere, o Senhor da bigorna pode e quer mudar nossa posição.

Abandone os traumas, receba cada “martelada” como prova do amor e graça de Deus que nos permitem ir além do que temos ido.

Você é precioso. Sua vida é preciosa. Seus dons são valiosos!!

Acredite, é melhor estar na bigorna do que permanecer encostado na pilha de ferramentas sem uso. É melhor estar na bigorna do que permanecer com a vida quebrada, talentos desperdiçados, sonhos destruídos...

Como diria a querida irmã Helena Tannure, “Se Deus está te espremendo é porque acredita que ainda sai caldo bom de você”... haha

Não desista. Deus está contigo nesse processo.


Em Cristo.


Nessa

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